PREPARAÇÃO

Senhores(as) Delegados(as,
Preparamos uma série de orientações afim de ajudá-los neste período que antecede nossa 9ª Simulação da ONU. Desejamos a todos um bom trabalho!

 
COMO PESQUISAR

 
Que alegria podermos contribuir para sua formação acadêmica!
São muitos os desafios, mas tenho certeza de que eles existem para serem vencidos e para nos edificar. Creio que esta será uma ótima oportunidade de Deus falar conosco acerca deste mundo e suas problemáticas. Estejamos, pois, atentos ao que Ele nos falar e aproveitemos ao máximo esta oportunidade para crescermos um pouco mais. Vão aqui algumas dicas de estudo preliminares.

 
Agora que sou um Delegado o que devo fazer?

 
Para uma boa preparação, é necessário que você siga alguns passos fundamentais. O primeiro deles é reunir informações sobre seu país, suas principais características e sua política externa. Separe em uma pasta tudo de interessante que encontrar acerca do assunto em questão. Não é necessário decorar muitos dos dados pesquisados, mas sempre é bom que se tenha uma referência onde possam consultar sempre que precisem. Algumas questões devem estar bem claras para cada representante. Observe cuidadosamente as informações a seguir. Elas nortearão sua pesquisa.

 
1) Dados gerais sobre o país
a) Onde fica (continente, região)?
b) Com quais países divide fronteira?
c) Há saída para o mar?
d) Há particularidades de localização?
e) Quais são os principais rios e canais?
f) Há alguma religião ou cultura predominante?
g) O país se enquadra em alguma categoria geral (árabe, latino...)?

 
2) Sobre os recursos econômicos, sócias e estratégicos:
a) Qual a fonte primária de riquezas?
b) Como se dá o processo de exportação e importação?
c) Com quem o país estabelece laços comerciais?
d) Qual o grau de desenvolvimento da nação?
e) Há algum tipo de recurso natural relevante?
f) Promove algum projeto social em seu país?
g) Sobre as atuais pesquisas internacionais, qual a posição ocupada no IDH, por ex.?

 
3) Sobre a estrutura política:
a) Qual o tipo de governo do seu país?
b) Como funciona a estrutura do governo do país?
c) Sob qual sistema econômico ele e estabelece?
d) O governo é estável?
e) O país faz parte de alguma organização regional ou internacional?
f) Há algum tratado assinado?
g) Pertence a alguma organização mundial ou regional?

 
Guias de pesquisa como o Almanaque Abril, facilmente adquirido nas bancas, é uma excelente fonte de pesquisa atual sobre seu país. Lembrem-se, o trabalho deve ser dividido entre os membros da delegação. Uma sugestão é dividir as tarefas por comitê. Todas as informações reunidas em pesquisas deverão ser compartilhadas em sessões de estudo, para que todos os delegados sejam beneficiados com um conhecimento geral.

 
Sites de procura, como Google (www.google.com) ou Yahoo! (www.yahoo.com.br) são excelentes suportes para as pesquisas assim como enciclopédias virtuais como a Barsa. Para a política externa dos países que vão representar, procurem por reportagens, artigos de jornais e textos que mencionem ou tratem de alguma ação que sua nação tomou ou pretende tomar sobre o tema proposto.

 
Se estiverem representando países cuja informação seja mais escassa, não se preocupem! Às vezes, achar dados sobre a política externa pode ser mais desafiador do que parece. Caso o país seja membro de alguma organização regional ou bloco importante, procurem informações sobre a ação conjunta sobre o qual o país é membro. É uma boa forma para delinear a política externa de um Estado.
Estamos à disposição para tirar suas dúvidas.

 
Sabemos o quanto você é capaz! Mãos à obra !!!

 

 

 
DICA DE COMO FALAR EM PÚBLICO

 
O medo de falar em público é uma das fobias mais comuns: quase todo mundo têm pavor da idéia. Entretanto, a oratória é uma ferramenta indispensável para um diplomata, e não é diferente no Simulação da ONU. Saber falar em alto e bom tom, de maneira clara e num ritmo adequado se torna indispensável dentro do comitê.

 
Existe uma regra para o bom orador: twice as slow, twice as loud (duas vezes mais devagar, duas vezes mais alto). Parece brincadeira, mas você irá se surpreender (e surpreender seus colegas e professores) com a eficácia dessa regra. Pratique oratória com um discurso pequeno, com uma platéia de uns poucos colegas, falando duas vezes mais lentamente e num volume duas vezes mais alto do que o normal. O nervosismo normal da situação tende a fazer com que as pessoas falem mais rápido e mais "para dentro", engolindo as palavras. Portanto, o esforço para falar mais alto e mais devagar serve para compensar essa tendência.

 
Lembre-se que falar mais alto não significa gritar. É possível falar realmente alto apenas projetando a voz, sem forçar muito a garganta. Seus próprios professores talvez possam te ajudar nisso, acostumados a projetarem a voz em amplas salas de aula sem a ajuda de um microfone.

 
Lembre-se também que, embora você possa falar alto demais, você não pode falar devagar demais. Acredite, falar mais devagar apenas deixará seu discurso mais claro para os outros delegados. Não tenha medo, inclusive, de fazer pausas de alguns segundos no meio do discurso: uma pausa pode ter um efeito dramático e prender a atenção do comitê. Ao separar partes diferentes do discurso, pausas também ajudam os delegados a acompanharem seu raciocínio.
O primeiro discurso que você fizer na simulação é o mais difícil. Isto vale mesmo para delegados universitários que já participaram de vários modelos: sempre que vão a uma nova simulação, experimentam "aquele" frio na barriga logo antes do primeiro discurso. Para alívio de todos, depois do primeiro tudo fica muito mais tranqüilo.
Ao contrário do que podem pensar algumas pessoas, você não precisa falar de improviso . É extremamente comum e completamente aceitável que você leia discursos que você mesmo tenha escrito (esta é a principal utilidade

 

 
do bloco de anotações que você recebe no Credenciamento da Simulação da ONU, anotar idéias e até frases inteiras para você ler quando for sua vez de falar).
O contato visual é muito importante. Se você não tiver tempo para praticar oratória com uma platéia de verdade, pode fazê-lo com um pequeno discurso no seu quarto, concentrando o olhar num objeto diferente à medida que vai falando as frases.

 
Da mesma forma que alguns alunos têm uma tendência a apresentar trabalhos olhando para o professor, alguns delegados falam para a Mesa Diretora em vez dos delegados. Não cometa esse erro. Embora a Mesa esteja interessada, seu discurso é para os delegados, não para quem modera o encontro.

 
Em hipótese alguma seja não cordial com algum delegado. Lembre-se que na Simulação da ONU vocês estão num ambiente diplomático, não num tribunal; são diplomatas, não juristas. Vocês não querem convencer um júri, mas defender a política externa de um país. Algumas táticas de oratória muito eficazes em tribunais são inadequadas em organizações internacionais (e vice-versa). Diplomatas devem se comportar educadamente. 
Esforce-se para que todos estejam num ambiente agradável o tempo todo; dê e peça licença, diga sempre "por favor" e "obrigado", obtenha a palavra para falar, seja sempre cortês.

 
Se você terminou o que tinha de falar e ainda lhe resta um bom tempo de discurso, ceda-o para algum delegado. Eventualmente, ele pode lhe retribuir o favor.

 
O moderador irá bater com o martelo na mesa uma vez dez segundos antes do seu tempo acabar. Ao ouvir esse sinal, prepare uma frase de conclusão; se não for possível, anuncie que continuará num próximo discurso. Se seu tempo expirar, ele baterá duas vezes e pedirá que você encerre a fala; em hipótese alguma insista.

 
(Adaptado)Extraído do Guia de Estudo do MINIONU PUCMinas

 

 

 
DICA DE VESTIMENTA

 
Embaixador dos Emirados Árabes
Não há obrigatoriedade de vestimenta específica durante os dias de simulação, entretanto, o a coordenação da Simulação da ONU recomenda que todos utilizem trajes formais, em razão de simularmos um ambiente diplomático que, como tal, é caracterizado pelo uso de vestimentas sociais.

 
Rapazes podem fazer uso do clássico terno preto (que serve para qualquer ocasião) e sapato social preto. Ternos marinho, cinza e grafite também são aceitáveis.

 
Para as meninas, terninhos e tailleurs são a melhor opção. Vale lembrar aqui que decotes muito grandes, saias muito curtas ou com fendas muito sinuosas, calças colantes são inadequados para um ambiente diplomático. Chinelos e “rasteirinhas” também não são adequados.

 
Se não for possível o traje social, o ideal é vestir-se discretamente. Bonés, bermudas, roupas excessivamente largas e acessórios chamativos são desnecessários. Opte por calça e camisa, com um calçado discreto.

 
A coordenação também encoraja que vocês relacionem o visual com a representação. Delegações de países africanos frequentemente utilizam motivos étnicos e florais em suas vestimentas. Representantes de países árabes eventualmente incorporam alguns elementos daquela cultura ao visual. Países orientais também podem ter a sua cultura incorporada ao visual. É importante ressaltar que na ONU os países tem o direito de demonstrar livremente sua cultura afinal este é o principio que rege as Nações Unidas.

 
(Adaptado)EXTRAÍDO DO SITE DO MINI-ONU / PUC Minas.

 



 

DICA DE COMO NEGOCIAR EM REUNIÕES MULTILATERAIS


 

Quando duas ou mais pessoas querem fazer alguma coisa juntas precisam utilizar algum tipo de mecanismo para ficar de acordo. Negociação e uma comunicação de ida e volta, pensada para conseguir acordos quando você e aqueles do outro lado têm interesses.


 

 
Quando duas ou mais pessoas querem fazer alguma coisa juntas (ir ao cinema, comprar ou vender um objeto ou fundar um associação, por exemplo), precisam utilizar algum tipo de mecanismo para ficar de acordo. A menos que o façam por telepatia, precisa-se de um processo explícito de tomada de decisões mutuamente aceitáveis.
A negociação é um destes processos. Roger Fischer e William Ury, do Harvard Negotiation Project, definem a negociação da seguinte maneira:
É uma comunicação de ida e volta, pensada para conseguir acordos quando você e aqueles do outro lado têm interesses, alguns comuns e outros opostos. É uma maneira simples de você obter o que quer dos outros.

 
Existem três critérios para avaliar uma negociação: deve produzir um acordo, deve ser eficiente e deve melhorar as relações entre as partes ou, pelo menos, não deteriorá-las.
A negociação é geralmente voluntária e seu objetivo é chegar à resolução de um conflito. A menos que uma pessoa viva isolada do mundo, a maioria das interações sociais e comerciais envolvem processos de negociação. Daí a importância de poder negociar com efetividade.

 
Tipos de negociação

 
A negociação pode ser de dois tipos:
 Competitiva: baseada na tomada de posições.
 Cooperativa: baseada nos interesses.
Alguns vêem a negociação como uma competição, uma contenda com um prêmio fixo e um único vencedor. Na negociação competitiva uma das partes faz a oferta inicial e a outra replica com uma contra-oferta. Depois de várias idas e vindas, chega-se a um ponto de acordo. É como repartir 10 pedaços de bolo: cinco para cada um; três para um e sete para o outro, etc..

 
Esta visão pode trazer grandes resultados para o vencedor, mas, se houver um “perdedor” evidente, este não quererá tratar de novo com o ganhador. As negociações competitivas terminam freqüentemente em acordos que deixam ambas as partes pouco satisfeitas.

 
Na negociação competitiva, os negociadores podem ser fortes ou fracos. Os negociadores fortes são fortes com o problema e fortes com as pessoas, são agressivos, só lhes interessa ganhar à custa do outro, são extremistas, intransigentes, intimidadores, manipuladores e autoritários.
O negociador fraco é frouxo com o problema e com as pessoas, é amigável, e submisso, o seu único objetivo é chegar a um acordo, inclusive está disposto a sacrificar seus próprios interesses e por isso se entrega com o primeiro sinal negativo, cede sob pressão, faz concessões e se deixa intimidar.
(...)

 
Dependendo da capacidade de manobra e das demonstrações de poder de cada um dos negociadores poderá chegar-se a um acordo, mas este acordo pode não ser equitativo, difícil de cumprir e não será duradouro. As partes podem, inclusive, chegar a acordos que se enfrentam nos seus próprios interesses.

 
Embora esta maneira de negociar seja bastante freqüente, ela não permite estabelecer acordos ótimos já que as partes se vêem como adversários e não trabalham de maneira cooperada. Geralmente o negociador competitivo (forte ou fraco) fica ancorado na sua posição e, inclusive estando ciente de que um acordo determinado vai contra seus próprios interesses, vai achar difícil abandonar sua posição, já que ao fazê-lo, estaria arriscando sua credibilidade ou prestígio.

 
Uma melhor visão seria a de basear a negociação em interesses reais e não em posições iniciais. A posição é aquilo que as partes querem; o interesse real é o por que o querem.
(...)

 
A negociação baseada em interesses parte da idéia de que se podem satisfazer os interesses de ambas as partes de maneira que todos ganhem. A mágica é a seguinte: trata-se de encontrar saídas que permitam um lucro mutuo: um resultado equitativo. 
Este resultado só se consegue quando as partes colaboram e deixam de se verem como adversários.

 
Acordos de Camp David
Vejamos o exemplo da crise dos mísseis nucleares em Cuba no ano 1962. Kennedy conseguiu que os russos levassem embora os mísseis que tinham instalado em Cuba. O que não se soube até há pouco tempo é que os russos conseguiram que os norte-americanos desativassem os mísseis nucleares que tinham instalado na Turquia. Assim vemos como ambas as partes conseguiram seu objetivo comum principal (evitar um confronto nuclear mundial) e também outros objetivos próprios como eliminar os mísseis das proximidades de cada país. Os americanos também conseguiram que os russos não divulgassem a retirada dos mísseis da Turquia e dessa forma o presidente Kennedy aparentou não ter feito nenhuma concessão.

 
As capacidades necessárias para a negociação diferem segundo o tipo. Nas negociações baseadas nas posições, trata-se de poder avaliar por quem, quando e como deve ser feita uma oferta, se devem ser feitas algumas concessões, e quando fazê-las, etc.. O foco está no poder (no próprio e no do oponente), o objetivo está em ter mais poder que o oponente e em diminuir o poder deste. A chave do poder encontra-se em ter alternativas (plano B): se existem alternativas a um plano negociado, pode pedir-se qualquer coisa; caso se obtenha o que se pede, muito bem, caso contrário, não há nenhum problema; passa-se para outra alternativa.
(...)

 
Na negociação baseada em interesses o processo é diferente. Começa-se definindo os interesses próprios; trata-se de compreender a medida em que esses interesses são compatíveis com os da outra parte. Depois, trabalha-se nas áreas de compatibilidade para desenvolver ações de lucro mútuo. Com atividades criativas (brainstorming, geração de soluções ideais, hierarquização de prioridades, entre outras) pode chegar-se a soluções impossíveis no âmbito de uma negociação competitiva.

 
Vale à pena esclarecer que este tipo de negociação só pode realizar-se quando há áreas de compatibilidade. Não sendo assim, não resta outra opção que a de realizar uma estratégia competitiva, baseada nas posições.

 
Os elementos de uma negociação:
1. Preparação
2. Discussão
3. Proposição
4. Busca de benefícios mútuos.

 
1. Preparação
(...) Para poder negociar com clareza e obter resultados que realmente sirvam, precisamos definir uma hierarquia de importância para os objetivos e entender quais desses objetivos são negociáveis e quais não.

 
Ao conhecer os objetivos da outra parte, podemos ajustar nossas propostas ao que a outra parte está procurando e assim aumentamos as possibilidades de fechar um acordo mútuo. Tão importante como conhecer os objetivos da outra parte é conhecer também as suas motivações. Freqüentemente as motivações provêm do medo ou da desconfiança.

 
Quando temos uma visão global, podemos especular sobre os possíveis cenários que vamos encontrar e sobre o impacto e as vantagens e desvantagens de cada opção (tempo, custo, qualidade, riscos, oportunidades, níveis de urgência, etc.).

 
Henry Kissinger conta nas suas memórias que um jornalista lhe perguntou se sabia o quê os russos iam pedir em uma cúpula diplomática. Kissinger respondeu: “Claro que sabemos o que pedirão, seria um desastre se não soubéssemos com antecedência”.

 
2. Discussão
Uma vez prestes a negociar, é conveniente socializar um pouco e comentar, sem ficar tímidos demais, temas que ajudem a que todos se sintam mais confortáveis.

 
Durante a discussão é fundamental discutir sobre o problema e não sobre as pessoas que se encontram negociando. O tom deve ser amável e distendido, não deve exigir-se nada à outra parte. Deve falar-se sobre o que cada um faz, pensa ou quer, e não sobre o que a outra parte deve fazer ou pensar. Frases efetivas são: “Nós gostaríamos…”, “precisamos…”, “para nós é importante…”, “sugerimos…”. Se tivermos que falar da outra parte, podemos utilizar, por exemplo: “Estaria disposto a…? “Como veria…?”

 
As ameaças, a chantagem ou frases do tipo: “Se você não fizer isto…” ou “Tem que…” podem gerar todo tipo de reações negativas, de defesa ou ataque que obstruem a cooperação.

 
É vital evitar reações emocionais (irritação ou ira, por exemplo), quando reagimos emocionalmente perdemos a capacidade de buscar novas soluções. Não há muito que fazer a respeito. Durante esses momentos somos escravos dos nossos hormônios. O melhor é suportar o momento, desculpar-se, ir ao toalete, tomar um copo de água e retomar a compostura. Quando é a outra parte quem reage de uma maneira emocional, o caminho a seguir deve ser o de mostrar empatia, paciência e uma vez passado o momento, reconduzir a discussão por uma via menos emocional.

 
3. Proposição
Uma vez conseguido um clima de confiança, as partes explicam, sem intimidar, as questões que querem resolver e o quê pretendem obter como resultado. É nesse momento que o trabalho de preparação começa a dar resultados. Se sabemos o que procura a outra parte, poderemos fazer nossas propostas, conectando-nos aos seus objetivos e assim aumentamos a aceitabilidade dos nossos oferecimentos.

 
É importante não provocar uma situação de desacordo explícito. (...)

 
Recordemos que a chave está em sermos criativos e inventar novas opções que beneficiem todas as partes.
(...)

 
Uma situação complicada que ocorre com freqüência no nosso grêmio, é como negociar quando a outra parte é mais poderosa que nós (institucional, financeira ou politicamente). Seja qual for o desequilíbrio de forças, não há que fraquejar perante a pressão e, como diz Douglas Adams em The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy: “Never Panic”.

 
Basear-se em argumentos coerentes, mantendo uma atitude de cooperação e uma boa preparação, podem compensar a situação de desequilíbrio de forças.

 
Santarém, Pará
Traduzido por Navil García Alfonso - navil_garcia@yahoo.com
Referência: http://www.webtaller.com/maletin/articulos/negociacion/claves/fundamentales/para/lograr/resultados-4.php

 

 

 

FALAR EM PÚBLICO

Falar em Público é uma das mais importantes habilidades para o delegado. Ele precisará defender a posição de sua representação, construir consensos e formular resoluções e recomendações. Normalmente o tempo de discurso de cada delegado será dado pela mesa diretora de seu respectivo comitê. No entanto, os delegados poderão propor moções para aumentar ou diminuir o tempo dos discursos.
Haverá muitas oportunidades para se falar no comitê durante o GET-ONU. De modo geral, salvo os comitês que forem regidos por regras específicas, a mesa manterá uma Lista de Oradores para aqueles que desejem proferir discursos formais. Haverá a possibilidade de debates informais. No entanto, recomenda-se que, mesmo nessas situações, se mantenham os princípios da fala em público.
Muitos delegados temem falar em frente a grandes grupos. A melhor forma de lidar com tais situações é fazer uma boa preparação. Portanto, os delegados devem pesquisar de modo exaustivo sobre a posição dos países e acerca dos pontos que desejam incluir em uma resolução. Em uma palavra, se o delegado vem bem preparado para seu comitê, ele terá disposição na fala e transmitirá confiança aos seus pares.

 
Como fazer um discurso de abertura 
  • Primeiro, agradeça a presidência da mesa dizendo "Obrigado Sr./Sra./ Presidente…"
  • Faça um breve histórico sobre o assunto e sua relação com o país representado.
  • Elabore sobre os efeitos atuais que o tema causa em seu país.
  • Forneça a posição de seu país sobre o tema. Agregue uma justificativa de tal posição levando em conta a economia, política, religião, etc. de seu país.
  • O delegado poderá explicar como a posição de seu país se relaciona com a de outros membros, com as grandes potencies, blocos regionais, etc.
  • Aponte ações já tomadas pela ONU.
  • Apresente idéias para resolução, reforçando os objetivos de seu país para em tal resolução.
  • Indique aos membros do comitê se seu país está disposto a negociar.
 
Como falar durante o debate 
  • Novamente, agradeça a presidência da mesa.
  • Encoraje a colaboração entre os membros do comitê com proposições construtivas.
  • Ao se referir as falas de outros delgados, você pode indicar apoio ou recusa de determinadas posições.
  • Apresente idéias para a constituição de resoluções ou recomendações.
  • Explique o porquê de seu país apoiar ou não determinada proposta de resolução.
 
Algumas dicas
Preparação: Decida como você se sente mais confortável ao falar. Você pode usar seu DPO como discurso de abertura ou relacionar alguns tópicos fundamentais. Com o tempo, você se sentirá mais confortável para falar sem o auxílio das notas ou textos de apoio. Se pretender usar sentenças ou palavras que não lhe são familiar, confirme a pronúncia e o significado antes de proferi-las.

 
Pratique: Ensaiar o discurso é a melhor forma de aprimorar sua habilidade de falar em público. Tente faze-lo junto a um professor, amigo ou colega de simulação. Quando ouvir um discurso, critique-o de modo construtivo. Se receber críticas, use-as como ferramenta para aprimorar sua habilidade.

 
Leve em conta seu público. Faça seu discurso de modo apropriado a idade e experiência da audiência. Lembre-se que o início do discurso deve captar a atenção dos ouvintes e fazer com que eles queiram ouvir mais.

 
Elimine palavras desnecessárias: Palavras como “é..”, “ok”, “né”, “então”, dentre outras, podem distrair a audiência e desvia-los do real objetivo.

 
Use pausas em seu discurso: Momentos de silêncio entre sentenças  podem ser uma ferramenta importante. Pausar após uma sentença importante ou antes de responder uma questão ajuda a manter a atenção da platéia. Ainda, uma pausa pode lhe propiciar tempo para formular sua próxima sentença.

 
Respiração: Tente respirar usando seu diafragma. Se você respire corretamente, verá o movimento de seu abdômen a cada respiração. Tente inspirar e expirar completamente.

 
Mantenha o Ritmo: Não fale muito rápido, nem muito devagar. Lembre-se de não cair na comum tentação de falar em ritmo muito acelerado.

 
Escolha uma postura correta: Cuide para que você não assume uma postura que desvie ou desvirtue a atenção da platéia. Mantenha postura ereta, relaxe os ombros, pise firmemente e mantenha os joelhos levemente separados, isso irá ajudar a comunicar segurança.

 
Projete sua presença: Falar em tom médio e baixo pode ajudar a projetar autoridade, mas certifique-se de que você está sendo ouvido. Concentre-se na fala com entusiasmo e energia.

 
Gestos: Você pode tirar vantagem de gestos e expressões feitas com seu rosto, mãos, braços e corpo. No entanto, preste atenção para não exagerar e distrair o público.

 
Comunique com seu público: Procure não ler suas anotações, apenas faça rápidas conferências para ajudar a manter a linha de pensamento. Deste modo, você poderá manter contato visual direto com as pessoas de sua platéia.

 
Não divaga: Fale de modo conciso de modo que a platéia não perca os argumentos principais em favor de detalhes sem importância. Tente não falar ‘em círculos’, vá direto ao ponto mais importante.

 
Seja Positivo: Ao invés de criticar negativamente outro ponto de vista, faça considerações construtivas, propondo alternativas.

 
ESPAÇO ACADÊMICO MINI ONU

 

 
Resoluções e propostas finais

 
Cada comitê da Simulação da ONU discutirá um tema específico. Ao final dos debates, um documento retratando as decisões será redigido. Ele pode ser chamado de RESOLUÇÃO, RECOMENDAÇÃO e de outras denominações que reflitam o teor do que foi produzido.
A resolução, primeiramente deve conter o nome do órgão que a produziu no cabeçalho superior (ex.: Conselho de Segurança, Assembléia Geral, etc.), seguida da numeração, ano vigente e da reunião e órgão em que foi adotada. Em seguida, vêm as cláusulas pré-ambulatórias.
·         Cláusulas pré-ambulatórias: são as primeiras frases que compõem uma resolução. Sua principal função é expor as razões que justifiquem o apoio às cláusulas que virão a seguir. Podem fazer referências a reuniões e a resoluções passadas ou artigos de tratados internacionais. Assim, a resolução se inicia com uma breve justificativa de aprovação desta resolução, onde as cláusulas pré-ambulatórias se iniciam com expressões como: reconhecendo, acreditando, apontando, notando, desejando, considerando.
A segunda parte é composta pelas cláusulas operativas.
·         Cláusulas Operativas: são as cláusulas que realmente determinam o que a resolução se propõe a realizar. Dessa forma, devem iniciar com o verbo no modo imperativo (declara, determina, urge, apóia, estabelece, convida, enfatiza). É válido ressaltar que quanto mais explícitas forem as cláusulas melhor, porém, não é recomendável cláusulas muito longas, pois podem se tornar pouco concisas. A resolução deve conter somente aquilo que o comitê acredita que possa ser alcançado e o que efetivamente foi debatido. Caso contrário, poucas adesões serão obtidas para a introdução do documento, dificultando a futura aprovação da resolução.
Extraído do MINIONU – PUC Minas (Adaptado)